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ANATOMIA DA LINGUAGEM

Anatomia da Linguagem


Autora:
@dance_monkey | Beta: @dance_monkey

Eu estava bem consciente do meu vestido e do quanto ele deveria subir quando eu andava, mas sinceramente, nem estava ligando. Também estava consciente que Chang Kyun observava minha bunda, mas eu já não era mais sua professora e nem ele, o meu.
A festa já era uma conhecida minha, apesar de não ser do tipo baladeira, porque meus amigos costumavam me contar maravilhas dela. E, como era meu último mês ali, meu melhor amigo, Lee MinHyuk, resolveu me levar ao "antro da obscenidade". Ou pelo menos foi assim que ele chamou, antes de cair na gargalhada, quando me ajudou a escolher uma roupa para vestir.
- Você quer esse cara ou não? - perguntou, jogado no sofá do meu apartamente, um pirulito na boca. - Homens gostam de carne e a coisa boa desse seu país aí é que vocês são gostosas. - ele se sentou. - A mãe de vocês come algo especial pra vocês nascerem assim?
- Assim como, seu coelho? - me virei na frente do espelho, analisando minha bunda e como meu peito parecia grande naquele tubinho vermelho. Nunca gostei muito de vermelho. - Eu deveria ter pegado o preto.
- Larga de ser besta! - ele tacou a almofada de panda em mim. - Você está gostosa. E tenho certeza de que seu professor vai te achar maravilhosa. - completou, em tom jacoso. Bom, pelo menos era uma opinião masculina de alguém que, definitivamente, não queria nada comigo. Essa era a parte boa de ser amiga de Minhyuk. Eu poderia estar pelada na frente dele que ele iria rir e me chamar de "maninha". - Certo, - ele se levantou e me virou pela cintura, sorrindo em meus olhos. Colocou meus cabelos para frente e sorriu. - Está linda. E se esse cara não te quiser, é porque ele não te merece. Entendeu? - sorri, nervosa. - Agora vá colocar os sapatos. Tenho que tomar mais esse copo de cerveja e ficar bem loucão pra poder trabalhar decentemente.

Meia hora depois, chegamos no bairro chique da capital. Estava bem quente para uma noite de verão, mas talvez fosse só minha ansiedade.
Fui contratada por uma empresa para dar aulas particulares para um de seus professores, um tal de Im Chang Kyun. Ele iria ser transferido para São Paulo e precisava aprender o máximo de português falado em pouco tempo. Como eu tinha que aprender coreano pelo mesmo motivo, acabei pegando o emprego, mesmo que pagasse muito, muito mal.
Minhyuk encontrou uns amigos e me deixou sozinha no bar, andando feito uma pata. Definitivamente eu não havia nascido para usar saltos altos como aqueles mas como tinha sido um presente de Minhyuk e como eu detestava ver a cara de tristeza que estampava seu lindo rostinho oxigenado quando eu dizia "não", aceitei usar.
Tomei dois martinis de maçã antes de sentir um vento no cangote. Me arrepiei toda antes de olhar para trás e ver Chang Kyun com metade de um sorriso na cara, pegando meu copo.
- Espero que isso seja água suja.
- Uma mulher não pode beber?
- Deve. - ele pediu um drinque de morango e o mesmo de antes para mim. - É que é muito estranho te ver bebendo fora do horário de trabalho.
- Você fala de um jeito como se eu fosse do tipo que bebe enquanto trabalha.
- Como se diz... "cool", em português?
- Espera. - fiz as contas de cabeça, tentando me lembrar do dia que a expressão "cool" entrou na mesa. Foi no dia que ele havia cortado o cabelo e o primeiro que ele tirou os óculos para falar comigo. Acredito que foi também o dia que ele sorriu para mim pela primeira vez mas historiadores contestarão veracidade dos fatos. - Ah. É "legal".
- Bom... legal! - e sorriu. Virei o rosto para o bar e engoli em seco, apertando os olhos. Fim de contrato, não precisava mais ser professora dele e ele, o meu. Estávamos quites o bastante para que eu pudesse dar em cima dele livremente, como uma mulher livre que era. Que eu respirasse. Virei de volta para ele e sorri de forma forçada. - Que cara é essa? Está com dor de estômago, ajumma?
Sorri de novo. - Sua provocação não vai me afetar hoje, Danielzinho. Hoje, não! - entrei meu copo para ele antes de sair meio torta até a mesa de Minhyuk, ou pelo menos o borrão que era Minhyuk. Trabalhar com festas era o lance dele, mas ele se animava muito fácil e definitivamente já estava meio "alto". - Está tudo bem?
- O que você está fazendo aqui? - ele gargalhou, me olhando de cima a baixo. - Vai agarrar seu professor, mulher! Quer ajuda de como pegar um homem? Esse departamento não é meu, não! - apertei os olhos. - Calma, minha gata. - ele me abraçou e berrou no meu ouvido, por causa da música alta. - Está tudo sob controle. Confia no seu grande amigo aqui. Vai tocar uma música que você sabe dançar então toma essas tequilas - me entregou o copo e me fez engolir, sem limão ou sal - e vai pegar o cara. - e me empurrou de volta na multidão, ao que vi Im vindo até mim com dois copos.
- Quem era?
- Meu amigo.
- Amigo? - ele ergueu a sobrancelha. Ergui a minha e cruzei os braços, encarando-o por alguns segundos antes de começar uma música da Anitta. Olhei para trás, incrédula com aquela alta traição, vendo Minhyuk se jogar na cadeira e virar dela em dois segundos. Peguei meu copo e engoli o conteúdo daquele martini azedo rápido o bastante para ver uma bolha azul escura na minha frente. Não satisfeita, peguei o copo dele e tomei tudo em dois segundos. - Está querendo impressionar quem? - ele riu. Bom, talvez ninguém, mas para fazer o que eu pretendia fazer, só a base de muito alcool.
Minhas mãos começaram a suar, mas comecei a dançar como se fosse a própria Anitta. Nem sabia que sabia dançar essa tal de "Paradinha" - só lembrei que sabia porque Minhyuk era fanboy e me obrigou a ensinar a coreografia.
Chang Kyun ficou parado, segurando os dois copos feito um dois de paus, enquanto eu rebolava de um lado para o outro, completamente tonta. Devia ter comido qualquer besteira antes de sair mas aí já era tarde demais. Eu já estava bêbada com três martinis de maça, três copinhos de tequila e um drinque de morango que mais parecia alcool puro.
Vários carinhass se aproximaram de mim mas minha visão quase nula só via o único cara alto sem óculos na minha frente; o cara que tinha ficado os últimos três meses falando comigo como se eu fosse uma retardada no mundo encantado dos pets. Lembrei-me de uma situação até divertida, no momento que minha língua se enrolava ao dizer "paradinha": quase no final das aulas, Chang Kyun me interceptou no elevador. Eu tinha recém levado um fora de um encontro que dera errado quando o cara tentou ser avançadinho demais. Resumindo, quebrei o nariz do cara quando ele colocou a mão na minha coxa. Ainda assim, eu estava chateada porque queria algo legal. Não tinha um encontro legal havia anos e a rotina de trabalho me impedia de me divertir decentemente. Na verdade, se não fosse Minhyuk, eu nem teria saído de casa naquele dia.
- Está triste, professora? - ele estava de óculos, um feito que, acredito, ele achava que o transformava em mais sério. - Não respondi. Ele deu um sorriso. - Sabe, um de seus melhores atributos é o sorriso e a energia positiva. E hoje, você está tão pesada que parece que assumiu seu peso físico. - finalmente torci o pescoço para ele, indignada. Ele riu e apertou o botão do sétimo andar. - Às vezes, tudo o que se precisa é alguém que te faça soltar as amarras da vida. Poderia se surpreender.
- O que sabe sobre a vida? - perguntei.
- Talvez não muito, mas estou disposto a aprender a cada dia. - ele olhou para mim e deu um sorrio aberto. - Como uma boa brasileira, me espanto em ver que você é mais preocupada que um coreano de meia idade. Me diga, ajumma: está na menopausa?

Preferi não responder, o sangue queimava na minha cabeça. - Olha, sexta feira vai ser nossa última aula. De noite, vai ter uma festa que meu amigo está organizando e tenho um convite extra. Se você quiser ir, coloco teu nome na porta. Se não quiser também, que seja, mas vai estar lá. Ok?
- Irei. - ele voltou a ficar sério, ajeitando o óculos na ponta do nariz. - Vai ser bom. - e saiu do elevador, sem nem olhar para minha cara.

E agora, voltando para minha situação em um breve nevoeiro bêbado, eu via Chang Kyun me olhando sem rodeios, subindo e descendo como uma mola, enquanto várias pessoas me olhavam e provavelmente riam daquela falta de coordenação motora em cima de um par de saltos.
Me aproximei dele, colocando meu braço em torno de seu pescoço, cantando, os cabelos grudados no rosto e ele, impassível. Soltei uma risada bem leve antes do final da música.
- Desculpa. - brinquei. - Acho que misturei algumas coisas e... - senti sua mão apertando minha cintura, mas só uma mão. Sua boca se aproximou do meu ouvido e o que ouvi foi tão sussurrado que me espanto até hoje de ter conseguido escutar.
- Aguentei três longos meses. Eu preciso ter você aqui. Agora. - Pensei em soltar seu pescoço mas o coração batia tão forte que não tive forças. As pernas quiseram bambear mas ele me segurou. - Agora. - continuei olhando para um ponto fixo entre seu queixo e seu pescoço, incapaz de olhar seus olhos. Ele tinha uma pinta quase imperceptível no pescoço e achei por bem observá-la.
- Sei que o nosso contrato de professor-aluno acabou, mas acho que nós poderíamos deixar isso de lado, não?
Ele apertou meu corpo contra o seu e a descarga elétrica que senti fez todo o meu sangue seguir em direção da virilha. Acho que o mesmo aconteceu com ele, ou pelo menos foi o que senti.
- Eu preciso ter você agora. - ele ergueu meu rosto com a mão livre. Finalmente vi seus olhos por debaixo da franja molhada de suor. - Tenho medo do que pode acontecer comigo se isso não acontecer nesse exato minuto.
Engoli em seco. - Então vou pegar minha bolsa e...
- Você não entendeu. - ele começou a andar, sua mão ainda na minha cintura e a outra, tentando erguer minha perna. - Tem que ser agora. - Chang Kyun foi me empurrando até uma parede atrás de uma pilastra, um pouco mais escura. Estava um pouco mais silencioso, se comparado ao barulho do salão principal. - Porque eu não aguento mais te ver e não poder te tocar... - ele ergueu minha perna e a enrolei em seu quadril, aspirando o cheiro de perfume de sua camisa vermelha. - ou de te...
- De o que? - perguntei, tentando manter a cabeça no lugar. Era difícil.
Chang Kyun largou minha perna e eu a joguei no chão, trêmula, segurando meu rosto e olhando fundo nos meus olhos. Meu coração batia mais forte que uma escola de samba na Sapucaí. - Beijar.
- Você vai me beijar? - engoli em seco. Mas ele não respondeu, abrindo minha boca de uma só vez e enfiando a língua por entre meus dentes. Beijei-o de volta, puxando seus cabelos com força, Chang Kyun me empurrou ainda mais na parede. Ergueu-me pelas coxas e encaixou-me por entre suas pernas, enquanto eu bagunçava todo aquele penteado de mauricinho de colégio britânico.
- Você não acha melhor que a gente... - comecei. Ele parou de me prender na parede com os braços e apertou minha bunda. - Você sabe... porque né...
- Entendo seu ponto. - ainda me prendendo com o peito, fez espirais com o dedo anelar pelo lado interno da minha coxa, erguendo meu vestido de leve e se aproximando perigosamente de um local proibido. - Mas será que você pode relaxar? Eu não vou fazer nada que você não queira. Ao menos... - ele riu e me soltou, sumindo por um instante na escuridão. Ajeitei a franja da minha testa, meu cabelo estava para o alto e meu vestido tinha virado uma camisola. O que tinha sido aquilo?

Ainda não tinha me refeito quando senti um par de mãos me erguendo do chão novamente. Bati com as costas na parede e Chang Kyun recomeçou a beijar meu pescoço, e, antes mesmo que eu começasse a pensar em sermos pegos, ele segurou minha mão e a abaixou, fazendo-me segurá-lo.
Respirei fundo.
Sua risada rouca invadiu meus ouvidos, enquanto sua mão, junto com a minha, empurrava a fina camada de tecido para o lado.
E Chang Kyun entrou olhando em meus olhos, apertando-os levemente enquanto eu tentava me manter de olhos abertos. Minha respiração ficou mais profunda.
- Sabe qual é o seu maior problema? - disse, engolindo em seco, ainda segurando minhas coxas com ambas as mãos. - É que você fala demais.
- E você age de menos. - rimos os dois. Ele soltou uma perna minha, mas eu não escorreguei, embora minhas costas estivessem suadas. Chang Kyun segurou meu rosto como na outra vez, antes de beijar-me novamente.
Suas mãos começaram levemente em meu pescoço, seu quadril empurrando-me devagar para cima. Cada mexida de quadril coordenado entre nós era um degrau a mais para o paraíso. Depois de três meses de discussões, troca de culturas e de idiomas, finalmente Minhyuk - aquele viado sem igual!, estava certo. Existem certos caras que apenas não sabem chegar em uma mulher e não é por arrogância. É por falta de jeito.
Chang Kyun finalmente largou minha bochecha para se concentrar em passar os dedos por meus lábios, ainda empurrando-me para o céu aos poucos. Seus olhos encontraram-me os meus novamente enquanto suas investidas aumentavam exponencialmente. Podia ver que seu grande momento estava chegando, assim como o meu, mas eu não poderia deixar que um instante desses não fosse dada a devida atenção ao que ele tinha de mais precioso no alcance de meus olhos: seus lábios.
Sua respiração ofegante deu lugar a um gemido bem leve quando mordi seus lábios. Eu apenas precisava fazer aquilo. Já estava me tornando uma louca em ver aquela boca perfeita de segunda a sexta, pronunciando coisas como pra quê e caraca. Ele se soltou de mim e cravou suas unhas nas minhas coxas, aumentando ainda mais as investidas contra mim. Minhas costas batiam com força e eu sabia que teria uns roxos no dia seguinte mas naquele momento, nem a dor de suas unhas arranhando minhas pernas fazia mais sentido. Chang Kyun encostou a boca no meu ouvido e disse o que eu havia pensado no mesmo instante:
- Puta que o pariu.
Em português.

Suas pernas tremeram quando ele soltou minhas coxas devagar, me dando espaço para tentar fixar minhas pernas no chão, mas foi quase impossível. Fui direto para o chão, mas se era o chão que me recebia, aproveitei para tentar relaxar o corpo e me encostar na parede sem sentir a fricção de sobe e desce. Olhei para cima, onde Chang Kyun havia encostado o braço na parede e respirava ofegante, com as calças no meio das pernas.
- Desculpe, isso foi um pouco... rápido.
- Tudo bem. - estiquei as pernas. - Não teve nada de rápido. - bati com a mão no chão, ao meu lado. Mesmo no escuro, pude ver seu contorno, a música alta ao fundo do beco da pilastra onde ele havia me levado. - Isso foi... ótimo.
- Também achei. - ele passou as mãos nos cabelos e riu de olhos fechados. Sua calça ainda estava aberta no cós. - Nunca fiz algo desse tipo na minha vida. Quer dizer... já tive várias oportunidades mas nenhuma delas me deu vontade de fazer. - no escuro, senti sua mão tateando a minha e a apertando. Apertei meus olhos, sentindo um breve latejar no corpo e uma rigidez na parte interna da coxa. - Mas é que você...
- Eu?
- Você fez algum tipo de magia brasileira. - ele riu de novo e o som da sua risada era gostosa. Era como se eu pudesse ficar bêbada dela a qualquer minuto. Era deliciosa.
- É apenas uma pena que não possamos repetir de um jeito menos bruto.
- Por que?
Chang Kyun virou a cabeça para me responder, seus olhos brilhando como seu sorriso, quando ouvimos passos. Puxei meu vestido para baixo e ele, jogou a camiseta por cima.
- Ah, oi. - Minhyuk apareceu correndo pela porta, ofegante. A música ainda tocava muito alto lá fora. Olhou de Chang Kyun para mim e depois o movimento inverso. - Estava te procurando. E aí? - ele ergueu a mão para Chang Kyun, que apenas balançou a cabeça. Minhyuk nunca aprendeu a perceber quando estava sobrando, então colocou as duas mãos na frente do corpo e sentou no chão, balançando a cabeça no ritmo da música. Arregalei os olhos para ele, que nunca tinha senso do simancol. - Ah, eu... volto depois. - e sumiu pela porta.
- Nem ligue para ele. É meio avoado. - ri. Suada, trêmula, cansada e com as costas feridas, tirei o salto dos pés - finalmente!, e mexi os dedos do pé. Ele ainda segurava minhas mãos. - Ah, alívio.
- Tirar os sapatos é alívio? E eu, que tive que aguentar o seu peso combinado com o meu? - continuei mexendo os dedos dos pés, enquanto ele ria. - Ei, e se eu te levasse lá para casa? Amanhã é sábado, você só vai embora domingo...
- Talvez seja uma boa ideia, mas... - mexi os dedos doloridos de novo. - sabe, meus pés estão realmente doendo. Não acho que vá conseguir colocar esse sapato de novo. Chang Kyun se levantou e se agachou de costas para mim. Ergui uma sobrancelha quando ele bateu em seus próprios ombros e me olhou. - Talvez não seja um Super Homem, mas se for para te levar para minha casa, deitá-la em minha cama e te fazer gritar sem parar a noite toda, eu cometo esse sacrifício de colocá-la nas minhas costas. - ergui as duas sobrancelhas, finalmente percebendo como eu deveria estar bagunçada com batom por todo o rosto, como ele, e o cabelo, todo bagunçado. - Só que antes... - ele se virou para mim, tirou a camiseta de botões, limpou meus lábios sujos de batom e fez um carinho no meu rosto. Coloquei minha mão em cima da sua e olhei seus olhos. - Mulher minha não anda por aí bagunçada. Quero que te olhem, te desejem mas que saibam que você tem alguém que ficará sempre à sua disposição.
Ri.
- Se você falar disposição de novo, eu não vou responder por mim.
Chang Kyun riu antes de morder os lábios.
- Dispo...
- Ó!
- Olha, - ele colocou a mão em minha bochecha e a apertou. - não complique. - e bateu nos próprios ombros. - Só suba e deixa que o resto eu faço. Faço a noite toda, se você quiser. Estou à sua dispo...
- Vamos logo. - subi em suas costas e deixei que me erguesse novamente pelas pernas. - Antes que eu que te puxe para trás da caixa de som.

FIM