Coisas Estranhas

Coisas Estranhas


Autora:
Luma | Beta: Deh Lefebvre



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Prólogo • 1


Às vezes acontece cada coisa estranha, não é mesmo? Mas tem coisas que... Ah! Parece até filme. Um filme bem doido, por sinal. De todas as coisas loucas do mundo, não poderia sequer sonhar que isso aconteceria, ainda mais comigo. Bem, deixa de enrolar. Meu nome é , eu sou assistente do manager do 2PM e por causa disso, virei muito amiga deles. Não, não é essa a coisa louca que me aconteceu! Vou explicar.
Era um lindo sábado à tarde. Lá estavam eles ensaiando uma nova coreografia quando eu, genialmente, pedi que me ensinassem. E os “gênios” aceitaram, claro. Não sei o que aconteceu com minha pessoa pra do nada querer aprender aquilo. Fazer uma pirâmide humana, mas que loucura! Bem, depois de conseguir subir, o ruim foi descer. Me desequilibrei de tal forma que caí e bati com muita força a cabeça no chão. E é agora que minha história começa... Depois de ficar uns três dias no hospital, desacordada.



C A P I T U L O • 1


“Ai, essa menina não vai acordar nunca, não?”
Levantei a cabeça e vi uma moça vestida de branco à minha frente. Eu estava zonza...
- Olá? – A moça colocou a mão na minha testa e começou a me chamar. – ?
- Quem é você?
- Será que ela perdeu a memória?
- Não! Não perdi a memória, eu estou bem. Eu caí... Quando eu caí? – Eu dizia, um pouco desnorteada.
- ? – Uma outra pessoa estava lá, e depois de coçar os olhos, o reconheci.
- ?
“Nossa, parece que ela ainda não está completamente boa. O que eu faço?”
- , eu estou bem, sim.
- O que? Eu sei. – Ele riu estranhamente e me deu um beijo na testa. – Vou ligar pros outros e avisar que você já acordou.
- Ta, okay.
vai ficar tão feliz.”
- Oppa...
- Sim? – Ele se virou, ainda com o celular no ouvido.
- Há quanto tempo estou aqui?
- Uns 3 dias. Não sabe como ficamos preocupados... Alô?
- Uau... 3 dias. – saiu do quarto pra falar ao telefone e eu fiquei uns 5 minutos sozinha, pensando na vida. Me senti muito feliz de acordar e ter visto ali, parado do meu lado. Não sei por que, mas eu gostava de ficar perto dele e sentia bem quando ele se preocupava comigo. Não, nem começa! Eu não sou apaixonada por ele. Abaixei a cabeça e comecei a brincar com meus dedos como costumava fazer quando estava nervosa ou entediada. Senti uma dor na testa, coloquei a mão e vi que tinha uns pontos perto do cabelo. Parei de mexer. entrou no quarto e veio até mim, sorrindo.
- Como se sente?
- Bem... Você ficou aqui por quanto tempo? – ele riu, se sentou na cama e segurou minha mão.
- Eu e os meninos temos revezado pra ficar aqui. Estamos nos sentindo tão culpados...
- Mas por que? – eu apertei mais a mão dele e ele abaixou a cabeça.
- Bom, na verdade o que mais se sente culpado é o .
- Por que? – Levantei pra ouvir melhor.
- Não se lembra? Você se apoiou nele e no , e do seu lado estava o , apoiado no e no . Eu, e estávamos olhando. se mexeu de um jeito estranho e você caiu.
- Mas eu tenho certeza que não foi culpa dele. Não foi proposital. – riu, e me deu um abraço.
- Diz isso pra ele, baixinha.
- Claro que vou dizer! Foi só uma quedinha!
- Vai dizer o que? – parou de me abraçar e me olhou, sem entender.
- Ué, você disse pra dizer pra ele que não foi culpa dele.
- Disse? – ele me olhou, um pouco desconcertado.
- Disse... Não disse? – eu que não estava entendendo mais nada ali! Será que levou uma pancada também?
- É... Eles já estão vindo.
- Que bom, estou com saudades! Mas pensei que estivessem aqui também.
- Bom, dormimos aqui antes de ontem. E ficou aqui mais tempo... Sabe, né? A culpa! – imitou garras de monstro com as mãos quando disse isso, me fazendo rir. – Ele deve ta doido pra ver que você ta viva. Eu o mandei pra casa na hora do almoço porque ele tava sem dormir.
- Credo. Parece até que eu quase morri.
- ! Tem razão... Você bateu a cabeça, ficou três dias desacordada... Sem risco de vida. – ele riu da minha cara. De novo.
- Eu estava em coma?
- Não, só estava dormindo. A pancada te fez desmaiar, e depois os médicos te deram uns remédios aí... Quiseram manter você assim pra observar.
- Que loucura. – Olhei pro nada e depois deu um grito. Lembrei de uma coisa HIPER importante - MEU DEUS! E o show de ontem? Foi ontem né?
- Calma, calma. Foi ótimo. E ninguém bateu a cabeça.
- Hahaha... Engraçadinho! Quanto tempo eles vão demorar pra chegar?
- Uns 15 minutos. Calma, eles vão vir. Quer alguma coisa? Água, comida? – Ele se levantou, indo pra perto da porta. Ele era tão fofo. Chega, ! Mal bateu a cabeça já ta ficando doida? Que vontade de dizer “Quero um abraço seu, AGORA!”.
- Eu queria um pouco de água. Com gás.
- Sério?
- Sim.
- Vou lá pegar. Não saia daí.
- Nem poderia.
Ele olhou pra mim e deu um sorrisinho. Droga! Eu gostava tanto do sorriso dele, me fazia derreter por dentro e ficar com as bochechas quentes. Ele se virou pra abrir a porta e sair.
É... Nem depois de uma pancada conseguiu deixar de ser fofa.” - Jun... – Antes que eu pudesse responder, ele já havia saído do quarto. Deitei mais um pouco e resolvi fechar os olhos, esperando os outros chegarem.

X

Me perdoa. Eu não queria quase matar você...
- ? – eu acordei, vendo com a cara quase grudada na minha.
- ! Como você ta? Tudo bem? Ta doendo alguma coisa? Alguma costela quebrada?
Deus, ela vai me matar! bappo!
- Calma, cara, já disse que ela ta bem. – esse era , me entregando a água que eu havia pedido. – Você dormiu bem?
- Eu dormi assim que você saiu, tem muito tempo?
- Só uns 15 minutos mesmo. Eles acabaram de chegar.
Olhei à minha volta. Lá estavam todos: comendo um doce, sentado no sofá do meu lado, ao lado dele, de pé junto com e , e sentado na cama, do meu lado. Todos eles me olhavam e sorriam pra mim. Mas reparei que era o único que chorava.
- , 'cê ta bem?
- ! – ele deitou por cima de mim, ficando com a cabeça na minha barriga e me abraçando. – ME PERDOA! EU NÃO QUERIA! DESCULPA! EU VOU ENTENDER SE NÃO QUISER MAIS FALAR COMIGO, MAS... ME PERDOA!
- ...
- Por favor! Eu te imploro! – os outros riram dele, e eu fiquei com pena. Ele sempre foi muito doce comigo, não era justo ser má com ele por um acidente. Ou rir do desespero dele... (Que era descomunal, diga-se de passagem).
- , calma. Foi um acidente, não foi sua culpa. Não foi culpa de ninguém, vem cá. – Puxei os braços dele e o puxei pra um abraço.
Não acredito! Ela ta me abraçando... , eu te amo!
- O que? – Foi impressão minha ou ele disse “Eu te amo”? Desfiz o abraço e olhei bem fundo nos olhos dele. – Repete!
- Repete o que? – ele me olhou, sem entender. O mesmo olhar desentendido de .
- O que você disse quando me abraçou!
- Mas eu não disse nada!
Ixi, a pancada na cabeça dela foi forte mesmo. Ta até ouvindo vozes!
- -oppa! Eu estou bem! – Eu disse, me levantando da cama. Eu estava com aquela roupa estranha de hospital...
- Hã? – Ele me olhou, também sem entender e eu comecei a ficar desesperada. Alguma coisa MUITO errada estava acontecendo. E eu ia descobrir o que. Resolvi parar de mandá-los repetir as coisas. Me deitei novamente.
- Quando vou pra casa?
- Amanhã de manhã. – disse , fazendo carinho no meu cabelo. E até que era bom. – Vou vir te buscar. – ele disse, dando um beijo na minha mão.
- Obrigada, oppa... HEY! E minha família? Eles sabem...?
- Bom, demos um jeito de avisar... – Começou , meio sem graça.
- É, tivemos que falar com sua irmã... Em inglês... – ficou com uma cara estranha ao dizer isso. - Ela achou que era mentira, mas explicamos tudo...
- E...? – perguntei já alterada.
- Ela disse que viria pra cá. Tentamos dizer que você tava bem, mas...
- Tudo bem, . Vai ser ótimo que ela venha me visitar. – era uma das coisas que eu mais queria no momento e não podia... Rever alguém da família.
- Ela deve vir semana que vem. – disse .
- Ótimo, ótimo... Mas e vocês? Não vão me dar um abraço coletivo, não?
É... Eu gostava MUITO quando os 7 se juntavam pra me dar um abraço gigante!


C A P I T U L O • 2


No dia seguinte, assim como prometido, e foram me buscar no hospital. E me contaram que ao invés de ficar no meu apartamento, ficaria no apartamento ao lado: O deles e dos outros garotos. Isso tudo porque eles queriam cuidar de mim e verificar se eu estava realmente ficando boa. Estávamos quase chegando quando ouvi...
Até que foi bom ela ter caído... Vou poder cuidar dela.
- Oppa, disse alguma coisa?
- Não. Por que? – ele disse, sem olhar pra mim, enquanto dirigia.
- Nada... Deve ter sido lá fora... – Ele continuou dirigindo enquanto continuava olhando aleatoriamente pela janela.
Estranhei que dissesse isso... Mas será que ele havia dito? olhava pro outro lado, sem nem ao menos ter fones nos ouvidos... Ele teria escutado também, né?
Até que me bateu uma idéia... Eu poderia estar ficando doida, mas resolvi fazer um teste quando chegássemos em casa. Eu precisava testar “isso”. Eu já estava ouvindo essas coisas estranhas desde que acordei no hospital.

Quando chegamos, fez questão de pegar minha mala e levar pra cima, e eu fui atrás dele.
- Onde estão os outros?
- foi visitar a família ontem à noite e deve voltar amanhã. , e foram participar do Strong Heart hoje. Eu também ia, mas tive um compromisso. – e apontou pra mim enquanto ria.
- E -oppa?
se virou pra mim, sério.
Por que ela sempre dá falta do ?
- Ah... Ele está na sede da JYPE, foi entregar umas músicas.
- Ah sim.
Me senti estranha. Descobri duas coisas naquele momento: primeira, eu estava conseguindo ouvir o pensamento das pessoas. Por mais louco e surreal... Era verdade. Ouvi a voz de (Assim como ouvi a enfermeira que cuidou de mim pensar sobre a vida dela, mas ignorei achando que estava sonhando). Ouvi o que ele pensava enquanto ele olhava pra mim, e ele nem ao menos pronunciou alguma coisa! E segunda, ele gostava de mim. E muito. Mas o que me fez sentir mais estranha do que ouvir vozes foi não saber o que dizer pra ele. Ele já havia percebido que eu dava falta de ... Devia ficar com raiva dele, até. Mas que cagada! E agora?
estava indo em direção à porta. Resolvi conversar com ele pra amenizar essa situação chata que estava no ar. Que ruim ler a mente alheia! Você se sente mal por coisas que elas nem disseram e você nem pode contestar!
- Oppa.
- Sim?
- Está com fome?
- Um pouco, e você?
Fiquei radiante. Finalmente poderia fazer alguma coisa por . Fui em direção à ele, puxei sua mão e desci as escadas.
- Venha! Vou fazer algo pra gente comer.
Chegando lá embaixo, ouvi uma voz chamar por alguém.
- Annyounghaseyo! Alguém em casa? – Era , abrindo a porta. Ele me viu. Correu pra me dar um abraço muito forte e me levantou. Eu ainda estava de mãos dadas com . Eu estava completamente derretida com aquele abraço, mas o desfiz assim que percebi que minha mão estava livre. estava indo pra cozinha sozinho.
Maldito, ! Ainda ponho pó de mico na cueca dele!
Não pude evitar. Caí na gargalhada com o pensamento de . Não sei se disse, mas... Eu sou daquelas pessoas que quando ri, ri com vontade. Caí no chão. Era possível me ouvir a quilômetros de distância. saiu da cozinha, querendo saber o que houve. me olhava sem reação. Ele e se entreolhavam e eu só ria.
Imaginava com pó nas cuecas pulando, correndo e se coçando... Até que estava sentado no sofá ouvindo música no iPod parou pra me ouvir.
Jesus, essa menina deve estar doida!” ()
Será que eu fiz alguma coisa?” ()
Nunca mais abraço ela...” ()
Ah... Me controlei quando ouvi dizendo (aliás, pensando) que não me abraçaria mais.
- Tudo bem? – se abaixou, com cara de medo. Deveria achar que eu iria dar um murro nele e voltar a rir, ou sei lá.
- Sim. Vem, vamos comer. – segurei a mão dele e o levei pra cozinha. Tinha acabado de lembrar que ele gostava de mim. E que eu estava fazendo pequenas coisas que o deixavam triste.

O dia se passou normalmente. Continuava ouvindo pensamentos engraçados e também sem importância dos meninos. , e chegaram em casa, indo me abraçar e me mimar. Sempre faziam isso, afinal, eu era uma irmãzinha mais nova pra eles. Mas agora estavam exagerando. Eu tava vendo a hora deles me comprarem laços cor-de-rosa pra enfeitar meu cabelo.
- E aí, tão com fome? – Hoje eu estava deixando sair a cozinheira que estava dentro de mim. E eles estavam deixando sair os comilões de dentro deles. – Ótimo. O que vão querer?
“Anotei” os pedidos e corri pra cozinha. Eu estava cantarolando uma música nova duma girlband aí, quando entrou na cozinha. Resolvi testar minha nova habilidade.
Me concentrei e olhei bem pra ele, que estava de costas pra mim, fuxicando nos armários de comida.
- ... Espere um pouco, a comida já vai sair.
- Tudo bem, dongsaeng. Eu só to procurando um biscoito.
- Ah, okay. – Continuei olhando pra ele.
I’ll take you to the candy shop, u-hul! Droga, não sei o resto da música... Hm... Será que o vai parar de roubar minhas toalhas? To cansado de correr pelado atrás dele!
- !
- Oi. – ele me olhou, com cara de nada, com o pote de biscoitos na mão.
- Guarda isso, vou colocar a comida agora.
- Okay. – ele guardou o pote e saiu alegremente da cozinha.
- Uau. É cada coisa que se descobre quando lê a mente dos outros!
Depois do jantar, ficamos jogando vídeo game. de hora em hora colocava a mão na minha testa pra ver se eu estava com febre, e eu sempre ouvia pensando coisas sobre mim e os outros pensando coisas muito nada a ver. Comecei a ficar inquieta.

Precisava conversar com alguém sobre isso, mesmo sabendo que me chamariam de louca. Fui dormir mais cedo. Fiquei deitada pensando nisso. Seria bom, até. Poderia saber o que as pessoas queriam de mim. Mesmo parecendo uma coisa que eu odeio: trapaça. Bem, não era culpa minha! Mas o que eu faria em relação ao ...? Eu gostava dele, mas... E o ? Provavelmente só me via como irmã. Embora não parecesse, ele era sério demais. Iria gostar de uma menina melhorzinha. AAAAH! Me levantei às 2 da manhã e fui até a cozinha pegar uma água. Dei de cara numa “coisa” e gritei. Era . Caramba! No escuro, ele parecia ainda maior...
- Que susto, dongsaeng! – ele disse, com a mão no peito e indo acender a luz.
- Susto digo eu, oppa! Que faz aqui?
- Vim beber refrigerante, e você?
- Água.
Ele abriu a geladeira, pegou seu refrigerante e me deu água. Ficamos um tempo bebendo. Ele me olhou, olhei pra ele. Nenhum pensamento. Senti que deveria contar pra ele. Ele era sensato... Poderia me ajudar.
- Oppa...
- O que?
- Se eu te contar uma coisa... Você não me interna no hospício?
- Internar...? – ele riu, de novo daquela maneira. E teve um pensamento!
- Será que ela gosta de mim? Ela está com uma carinha tão fofa...
- Desde que bati a cabeça, eu...
- Você...?
Me perguntei se ele também gostava de mim por ter pensado isso, e se esperava que eu dissesse que gostava dele. Tive uma idéia.
- O que você acha que é?
- Eu? Bem, não sei. Diz aí.
- É... Acho que eu... Desde que bati a cabeça... – comecei a gesticular, incansavelmente. só me olhava com os olhos arregalados.
- O que? Está sentindo alguma coisa que não tinha antes? – Bom, essa pergunta tinha vários sentidos.
- Na verdade, sim.
Ah não... O que eu vou fazer se ela gostar de mim? vai ficar muito triste comigo. , não goste de mim!"
- OPPA! Eu estou ouvindo o que as pessoas pensam!
abriu a boca como se fosse dizer alguma coisa. Então a fechou, me olhou com cara de quem está se perguntando alguma coisa. E de fato estava. Ele estava se perguntando se eu realmente estava bem e porque eu estava inventando aquilo. E até cogitou que eu fosse sonâmbula. Enfim, ele criou dezenas de teorias em 10 segundos até que pôs a mão na minha testa e disse que eu estava quente e com febre.
- Não estou não, é que eu estava deitada.
- ...
- É sério, estou ouvindo as vozes das...
- Você bateu a cabeça de maneira violenta. Vai ver por isso os médicos te sedaram, pra você não ficar zonza nem ter alucinações, ou algo do tipo. Você deve estar com seqüelas. Amanhã vamos ao médico, ta?
- Não, ! Eu estou ouvindo o que as pessoas pensam! – O segurei pelos ombros e olhei nos olhos dele. Ele parecia assustado. Então me bateu outra idéia. A idéia era não revelar que eu tinha esse “dom”. Peraí, podia ser ótimo, não? Sem falar que mesmo que eu insista, só vão me dar remédios e mais remédios e dizer que estou louca. Melhor guardar pra mim, não é?
- ...
- Oppa... Minha cabeça dói. Acho que estou delirando... Vou dormir. – O soltei e comecei a andar pra sair dali, quando ele me puxou e me segurou no colo.
- Eu te levo. Você não deve estar em condições de subir.
Acho que não preciso especificar aqui todas as coisas que eu senti quando ele me carregou, não é?


C A P I T U L O • 3


Acordei naquela manhã com um pulo e um grito. Sem falar na minha cabeça que estava latejando. Tive um pesadelo terrível. Sonhei que e brigavam e matava os dois pra que parassem. Comecei a chorar. entrou no quarto, correndo.
- Ouvi seu grito, aconteceu alguma... Por que você ta chorando, baixinha? – ele sentou do meu lado e me deu um abraço. Olhei no relógio, eram 6 da manhã. Devo ter acordado o coitado com meu grito!
- Oppa, eu tive um pesadelo terrível.
- Quer me contar?
- Sim! Minha mãe dizia sempre pra contar os pesadelos porque assim eles não acontecem. - Conta, então.
Contei pra ele o pesadelo. Aliás, o modifiquei. Disse à ele que sonhara que brigava comigo e atirava nele, que tentava me proteger, e nos outros. É, modifiquei tudo. Mas não poderia dizer que sonhei exclusivamente com ele e .
- Que horror! Fica calma, a gente nunca vai se matar! – ele riu de uma maneira fofa, e olhou pra mim... Ta, eu tinha um tombo feio pelo , mas o era tão fofo comigo... Dava vontade de morder!
- Eu sei... Obrigada. – Fiquei abraçada com ele um tempo, antes de começar um assunto. Queria que ele ficasse feliz de estar perto de mim, esquecendo isso de . – Hey, aonde você ta dormindo?
- No quarto ao lado, por que?
- Achei que estivesse no sofá.
- Se estivesse lá não estaria perto pra te acudir quando você tivesse pesadelos, não é?
- É... É sim. – fiquei com uma vontade de... Apertá-lo ainda mais. Ele bocejou e coçou os olhos. – Está com sono?
- Um pouco. Fui dormir bem tarde.
- Deita aqui. – Me levantei e puxei a cama debaixo pra ele.
- Aqui?
- É, assim a gente pode conversar. E quem sabe você não é o próximo que vai ter um pesadelo?
- Acho que não, devo ter apenas sonhos bons. – Ele pegou uma almofada e um travesseiro no armário e se deitou na cama de correr. Ficou olhando pra mim um tempo. Resolvi fechar os olhos, e o senti segurando uma das minhas mãos. Sorri. E comecei a ouvir os pensamentos dele. Pensamentos tão bonitos, doces, puros... Eu estava até impressionada que um cara da idade dele pensasse coisas assim. Podem até chamar de infantil, mas garanto que qualquer uma gostaria de ouvir coisas assim. Coisas como “Será que ela consegue perceber o quanto minhas bochechas ficam vermelhas quando estou perto dela?”.
... Vai acabar fazendo com que eu me apaixone por você.
Acabei dormindo novamente, ao som daquela voz.

X

- ? Acorda. Daqui a pouco temos que ir pra JYPE. – Era balançando meu ombro.
- Ah... Bom dia, -oppa. – vi que ele ficou vermelhinho quando o chamei assim.
- Vamos, dongsaeng! Temos menos de uma hora pra tomar café e nos arrumar.
- Quais são minhas tarefas de hoje?
- Nenhuma. Só queremos que esteja com a gente.
E ele saiu, ainda tendo pensamentos fofos.
Me arrumei e desci correndo, pra não chegar atrasada à empresa. Cheguei na sala e encontrei os meninos reunidos. Exceto um.
- Onde está ?
- Ali. – apontou pro canto da sala. estava abaixado ouvindo música. Parecia com medo, ou sei lá.
- ? – me dirigi até ele.
NÃO PENSE! NÃO PENSE! ELA ESTÁ NA SUA MENTE! PENSE EM COMIDA... AI, AGORA TÔ COM FOME!
- , tudo bem?
- Eu? Claro. E com você? Sente-se bem?
- Ótima, por quê?
- , já disse que foi só um delírio dela. Ela não vai ler sua mente. – disse , fazendo o outro levantar e se ajeitar pra sair.
- O que? – perguntei, sem entender. Como assim ele sabia...?
- Contei pra eles que hoje de madrugada você me encontrou na cozinha e estava delirando, ouvindo vozes. Disse que eram os pensamentos das pessoas. Talvez fosse bom te levarmos ao médico.
- Não, que isso! Estou ótima! – Tentei sorrir o mais natural possível – Foi apenas uma dor de cabeça forte... Na verdade não lembro de muita coisa... – E me virei pra ... O que tem aí nessa cabecinha de tão podre que eu não deva ouvir, hein?
Todos riram dele, que ficou vermelho e não respondeu. Bem, passado o “mal-entendido”, fomos pra JYPE. No caminho, continuei ouvindo absurdos na cabeça de cada um.
Acho que devo parar de tirar minha camisa nos shows...” ()
Odeio quando o rouba minhas coisas! Aquele maluco cheio de músculos!” ()
que me perdoe... Mas a é tão...” ()
- LA LA LA LA LA! – gritei, pra evitar ouvir o pensamento de sobre mim.
- O que foi? – perguntou, com a mão no ouvido. Gritei bem ao lado dele. Coitado, já deveria estar traumatizado com meus gritos.
- Nada, só me deu vontade de gritar de felicidade porque... porque... hoje deve ser um dia bem legal.
- Sabe, depois que você bateu a cabeça, não é mais a mesma. – disse , mastigando um sanduíche.
- É que eu... – olhei pra e ouvi que ele continuava pensando coisas como “Pense em outras coisas, não deixe ela ler sua mente!”, me virei pra de novo e rindo como maluca, continuei. – Eu estou apenas um pouco zonza, sabe. Como vou dizer?Parece que fiquei anos fora. Sensação estranha. Estou com saudades de vocês... Só isso.
- Espero que seja apenas isso mesmo. – disse , apontando pros olhos dele e depois pra mim, num gesto que significa “Estou de olho em você”.
- Bom, aqui estamos nós. Empresa, doce empresa! – disse , nos guiando pra fora do carro e pra dentro da JYPE.

X

Quando chegamos lá, todas as pessoas pararam pra me cumprimentar. Sim, vários funcionários que me conheciam me paravam pra perguntar sobre a minha cabeça. Ouvi o pensamento deles também, é claro. Muitos indagavam se eu não havia ficado com alguma seqüela. Bem, mostrei pra eles que estava normal (nem tão normal, mas fazer o que?) e continuei bem animada o dia todo. Eis que o mestre da JYPE aparece. Ou como eu chamo, “Tio JinYoung”.
- ! Que bom te ver! Como vai? – ele apertou minha mão e depois me deu um abraço.
- Eu estou bem, chefe. Obrigada.
- Desculpa não ter ido te visitar, eu estava viajando e cheguei ontem à noite.
- Tudo bem. Eu fiquei dormindo o tempo todo mesmo.
- Eu fiquei muito nervoso quando MinJae me ligou dizendo que você havia se machucado e batido a cabeça. – e olhou de cara feia pros garotos. – Eu quis apertar o pescoço desses garotos. O que deu neles pra fazerem você cair?
- Tudo bem, chefe, foi um acidente. Eu que pedi pra me ensinarem...
- E eles deixaram! Mas que falta de responsabilidade!
O tio JYP ficou um bom tempo dando bronca nos rapazes. Ele gostava bastante de mim, dizia sempre que eu era a filha que queria ter. Bem, começou a chorar, de novo, se sentindo culpado. Mas de acordo com os pensamentos dele, ficou bem feliz quando JYP disse: “Quero que cuide dela com a sua vida, entendeu? Seu irresponsável!”. Mais um motivo pra ele se aproximar de mim, claro.

X

Depois do episódio com tio JYP, eu e os meninos fomos pra uma emissora de TV. Lá, eles gravariam o programa Star Golden Bell junto com outros grupos, como MBLAQ, SNSD e SHINee. Pelo que vi, meu acidente foi bem “disseminado”. Até as meninas do SoShi vieram perguntar como eu estava.
- -shi! – veio correndo até mim, perguntar como eu estava. Eu não era tão amiga dela, mas ela parecia gostar de mim. Comecei a ler os pensamentos dela.
- Olá, .
- Como vai a cabeça? – ela disse, sorrindo e encostando o dedo na minha cabeça.
- Vai bem... Ainda dói às vezes.
- Eu e as meninas teríamos te visitado, mas estávamos ocupadas. Desculpe.
- Até que ela parece mesmo bem! Graças a Deus!
- Tudo bem, eu fiquei dormindo maior parte do tempo mesmo.
- ! Venha ver sua amiga! – gritou pra minha melhor amiga do SNSD, . Ela sempre me ligava pedindo conselhos, e até me contou uma vez que gostava de um dos meninos do SS501. Antes de começar a namorar um cara aí...
- ! Que saudade! – me abraçou e comecei a ouvir o que ela pensava. - Mas não morre tão cedo...
- Err... Senti sua falta também, -unnie!
- AH! Eu também, dongsaeng. Não sabe como fiquei preocupada!
- Poderia ter ido me visitar – eu disse sorrindo, e vi que ela riu bem sem graça.
- Estivemos ocupadas... Mas então, dongsaeng. Tenho algo pra te perguntar.
- Ah é? O que?
me puxou num canto do estúdio e começou a pedir segredo sobre o que iria me perguntar.
- Sabe que eu guardo segredo, unnie. Agora vai, pergunta.
- Bem... Eu quero saber se o tem namorada.
Nesse momento, meu mundo caiu. Como assim, afim do ? Tudo bem que eu nunca contei pra ninguém da minha queda, mas... Okay, ela não estava sendo falsa. Ninguém sabe que eu gosto dele!
- ? Que eu saiba não. Ele é muito... Dedicado ao trabalho, sabe? Não pensa nessas coisas.
- Ah sei. E aquele outro, fofinho, ?
? Ela estava a fim dele também? Mesmo que eu tivesse ficado sentida quando ela perguntou do , eu fiquei muito irritada quando ela falou do .
- Deixa ele, . Ele não é pra você.
- Com quem essa menina pensa que está falando?
- Como é que é, ?
- Ele é ainda mais dedicado que o , ele também não pensa...
- Olha só, todos eles são assexuados então? Ou você é apaixonada por todos?
- ! Eles são como irmãos pra mim!
- Mas não parece!
- Não importa se você gosta de algum, eu vou pegar o que eu quiser.
- Unnie, olha só, eu não queria dizer, mas eles já gostam de umas garotas aí. Não quero que eles te dêem um fora.
- Eles não vão me dar fora não, querida. Pode ter certeza.
- Bem, se você insiste. – Resolvi desistir. Talvez ela parasse com isso se visse algum outro cara bonito passando por ela.
- Obrigada. E diz pro que ele ta uma gracinha hoje, tá bom? – Ela me deu um beijinho na testa e voltou à se reunir com as outras integrantes.
Depois disso, voltei pra perto das meninas do SNSD e continuei conversando, mas fiquei particularmente triste com . Sempre achei que ela fosse minha amiga... Acabei percebendo que só se aproximou de mim por causa do 2PM. Mas que falsa! Fiquei até sem graça de ouvir as coisas que ela estava pensando sobre Onew, o líder do SHINee.
Claro que pra toda decepção... Existe algo de bom. Embora eu estivesse triste com a minha “amiga” do SNSD, descobri que de fato gostava de mim. Ela me via como uma pessoa “fofa” e legal, e tinha um carinho verdadeiro. Isso me deixou tão feliz! Naquele momento, passei a gostar dela de coração. Antes de ir, fiz questão de dar um abraço bem forte nela, e não falar com , que mesmo não gostando de mim, ficou bem encucada. Agora ela achava que eu gostava do e iria tentar fazer alguma coisa contra. Bom, talvez ela estivesse “achando” certo.
Antes de ir embora, claro, ainda consegui ouvir alguns pensamentos de , arquitetando planos relacionados à e principalmente à como se eu nunca fosse descobrir. Pobre mortal!


(C O N T I N U A)




~ Qualquer erro encontrado nesta fanfiction é meu. Por favor, me avise por Twitter. Deh. :x


• Dica: Comentem. Não demora, faz a autora feliz e a estimula a escrever cada vez mais. ♥



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